Dê o primeiro passo

Olá amigo leitor, obrigado por estar aqui.

Talvez a dúvida mais recorrente sobre um tema que não dominamos esteja relacionado ao primeiro passo a ser dado e com finanças pessoais isso não é diferente. Antes mesmo de começarmos, é natural que criemos algumas barreiras do tipo “isso não é pra mim agora”, “eu ganho tão pouco”, “mal consigo pagar o aluguel” ou ainda na outra ponta, “levo uma vida confortável”, “dinheiro é pra gastar”, “não ter dívidas é o que importa”.

Pessoalmente, acredito que há um pouco de verdade em cada uma das afirmações, mas nenhuma delas deveria impedir qualquer pessoa de buscar conhecimento sobre suas finanças pessoais, pelo contrário, entender seu estilo de vida e sua percepção de valor das coisas é fundamental neste processo.

Ok, mas por onde começamos?

Quando Sócrates disse “Conheça-te a ti mesmo”, tendo a acreditar que ele incluía seus extratos bancários. É revelador quando paramos de rodar no automático e tomamos consciência de pra onde nosso dinheiro está indo.

Ah Ariel, mas isso todo mundo faz! Não faz. Me arrisco a dizer que poucos fazem e esse é o exercício que proponho você a fazer hoje. A propósito, quando digo hoje é tipo hoje mesmo, agora. Se você tiver com fome ou vontade de ir ao banheiro, proponho que pare a leitura aqui, faça o que tiver que fazer e só volte quando estiver com disposição de ir até o fim!

Bora lá?

1) Papel e caneta, notepad ou Excel na mão!
Sim, encontre uma forma que seja menos trabalhosa pra você. Eu prefiro o Excel, sou mais eficiente nele, mas ao longo dos anos aprendi que cada um possui suas formas de controle e mecânicas de organização, minha mãe, por exemplo, possui uma caderneta com anotações muito mais detalhadas e visivelmente organizadas do que a minha.

2) Comece pelos maiores.
Faça uma lista daqueles pagamentos grandes: Aluguel, Energia, Mercado, Escola, Plano de Saúde, Empréstimos, Carnês, Farmácia e etc… Não se esqueça de anotar também aqueles pagamentos anuais, como Material escolar, Revisão do carro, IPTU, Reforço do financiamento do imóvel e etc…

3) Com a lista feita, hora da linha do tempo.
Vamos começar de leve, mas fique a vontade para seguir até onde sua consciência mandar. Monte um quadro parecido com o quadro abaixo, indo do mês atual e seguindo pelos próximos 12 meses. Relacione seus itens da lista em cada linha e aloque os valores no mês conforme recorrência.

4) Nessa hora, meus clientes costumam se assustar, espero não ser o seu caso.
Você acaba de montar um pedaço das suas despesas do próximo ano. Faça as somas mês a mês e também a soma anual. Analise com carinho o que isso significa versos as suas receitas mensais. Qual espaço você tem pra imprevistos e o que isso lhe diz sobre seu nível de disciplina financeira atualmente.

Esse é um primeiro e importante passo. Eu volto para continuarmos evoluindo e aprendendo mais, mas não deixe de revisar os passos, revisar a lista e aproveitar para incrementá-la com outras despesas menores, como despesas com restaurantes, roupas, combustíveis… Dê uma olhada no extrato do seu cartão de crédito, da sua conta bancária e note se não deixou nada passar.

Não tenha medo de empilhar despesas nesse momento. O mais importante é tomar conhecimento dos seus gastos anuais e se tiver algo que você possa fazer já para reduzir algum deles, não espere pelo próximo artigo, faça já, e quando digo já, quero dizer agora!